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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Pfizer e Eurofarma - Parceria confirmada

Pfizer fecha parceria com Eurofarma

Farmacêutica americana discute modelo pelo qual empresa brasileira poderá lançar versões similares do Lípitor
André Vieira, iG São Paulo 28/04/2010 05:56

A americana Pfizer, maior farmacêutica do mundo, parece ter encontrado um parceiro que tanto buscava no mercado brasileiro para o lançamento de novas versões dos seus medicamentos que vão perder a proteção de patente nos próximos meses.

Lípitor, campeão de vendas na história farmacêutica: receitas acima de US$ 10 bilhões por ano
A empresa americana fechou contrato de fornecimento e distribuição com a Eurofarma, um dos maiores laboratórios farmacêuticos de controle nacional. A ideia em estudo é permitir que a Pfizer forneça ao laboratório brasileiro o princípio ativo - a matéria-prima básica do medicamento - de remédios como o redutor de colesterol Lipitor, o carro-chefe da companhia, entre outros medicamentos.

O acordo é tratado como assunto confidencial pelos laboratórios. Mas os advogados da Pfizer já notificaram o órgão de concorrência sobre o acordo assinado com a Eurofarma.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Pfizer confirmou o acordo com a Eurofarma, que inclui diversas possibilidades de negócio. "Neste momento, não gostaríamos de comentar mais detalhes sobre o tema", acrescentou a empresa. O acordo não envolveria o Viagra, a pílula contra impotência sexual. Segundo informou a Eurofarma, o acordo com a Pfizer "representa uma aproximação das duas empresas na discussão de um modelo de negócios que envolve o abastecimento de matéria-prima".

Com o acordo, a Eurofarma tem condições de lançar versões similares dos medicamentos de marca, inclusive mais baratas do que os preços do produto original. Por sua vez, o laboratório americano conseguirá com o parceiro brasileiro manter por mais tempo sua participação de mercado antes que essas drogas passem a sofrer a competição de fabricantes de medicamentos genéricos quando suas patentes forem vencendo.

É tradição que o fabricante que lança o produto similar na frente dos demais ganhe rapidamente a liderança de mercado, substituindo o produto com patente por ser mais barato. Mesmo com a chegada de outros rivais numa segunda fase, a empresa pioneira, de modo geral, costuma manter a dianteira no mercado.

A Pfizer luta contra o tempo

A Pfizer procura formas de manter a força dos seus medicamentos. No máximo até 2011, o Viagra perderá sua patente, assim como o Lípitor, a droga mais vendida em todos os tempos na história pela indústria farmacêutica. No mundo no ano passado, os dois medicamentos representaram para a Pfizer US$ 13,2 bilhões em vendas - o equivalente a 85% de todo o faturamento da indústria farmacêutica brasileira. No Brasil, as vendas dos dois medicamentos chegam a R$ 300 milhões.

A Pfizer tentou outros caminhos para esticar a exclusividade sobre o Viagra. Entrou na Justiça contra o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) numa discussão sobre o prazo de validade da patente - na interpretação do órgão, a proteção caduca em junho; a Pfizer diz que ela é válida até 2011.

Além da disputa na Justiça, a Pfizer tentou encontrar um parceiro para lançar a versão genérica por conta própria. Tentou comprar a Neo Química, um laboratório fabricante de similares e genéricos, com sede em Goiás, mas perdeu a disputa para a Hypermarcas, que permitiu que os controladores continuassem à frente do negócio farmacêutico.

Mesmo com o acordo fechado com a Eurofarma, a Pfizer teria ainda o interesse em comprar o laboratório Teuto, também com sede em Goiás, para lançar a versão genérica de suas drogas. Uma das opções seria lançar o Viagra. Mas a informação não é confirmada.

A Eurofarma, criada como Billi Farmacêutica, nome da família que controla o laboratório desde sua fundação em 1972, tornou-se uma das principais empresas do setor no Brasil graças ao crescimento dos medicamentos genéricos.

Seu complexo industrial, localizado em Itapevi (SP), reúne uma das maiores linhas de produção de medicamentos do País. Seu faturamento deve superar o R$ 1,4 bilhão neste ano - acima do R$ 1,2 bilhão registrado no ano passado.

Um comentário:

  1. O mercado farmaceutico brasileiro caminha rápidamente para as mãos de grupos nacionais. O governo, através de financiamentos do BNDES estimula aos empresários nacionais, fusões, alianças, parcerias para impedir a penetração de monópolio e capital estrangeiro nessa área ligada à saude.

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