A Anvisa disponibilizou em sua página na internet o livro “Vendendo Saúde – A História da Propaganda de Medicamentos no Brasil”, uma publicação realizada sob supervisão da Agência que traz uma pesquisa sobre como a propaganda foi determinante para formar os hábitos de consumo de medicamentos no Brasil, já a partir do final do período do Império até os dias de hoje.
Por encomenda da Agência, o livro foi escrito pelo jornalista Eduardo Bueno em parceria com Paula Taitelbaum. O lançamento aconteceu na mesma data de publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) de número 96/2008 que regulamenta a propaganda de medicamentos, no dia 18 de dezembro.
Durante o lançamento, a Anvisa distribui mil exemplares da primeira edição do livro. A publicação agora está em formato PDF para consulta de pesquisadores, estudantes e pessoas interessadas no assunto.
Eduardo Bueno
Paula Taitelbaum
Vendendo
Saúde
A História
da Propaganda
de Medicamentos
no Brasil
Abaixo, um pequeno trecho extraído do livro , contando parte da história da propaganda de remédios no Brasil:
Ao longo de toda primeira década republicana, o país de fato, viveu em situação tão ou mais caótica do que nos derradeiros anos do Império. Por isso, no crepúsculo de 1899, a nação inteira clamava pela virada. Não apenas a do século, mas a da própria história. E assim, quando 1900 chegou, a explosão de fogos do réveillon trazia consigo a esperança de grandes transformações. Era como se as camadas urbanas de classe média, até então amordaçadas por um gigante oligárquico, lutassem para se desvencilhar dos desmandos e descaminhos da política e da economia, aos brados de: Largue-me, deixe-me gritar.
E esse grito realmente ecoou – só que, a princípio, apenas como uma metáfora publicitária.
Um dos primeiros sinais de que o Brasil esforçava-se para entrar no século XX foi o advento de novas técnicas de propaganda, nas quais não apenas o texto tornou-se mais dinâmico e moderno como a ilustração passou a desempenhar papel importante. Não por acaso, tais inovações aconteceram na área de propaganda de medicamentos. Um reclame específico, publicado em 1900, é apontado como o primeiro anúncio brasileiro a marcar época, isso porque, segundo os especialistas, instaurou a “sintaxe publicitária” no Brasil.
O texto principal, junto a um homem que tenta livrar-se de uma mordaça, diz: Larga-me...Deixa-me gritar!...A seguir, o subtítulo acrescenta: Xarope São João é o melhor para tosse, bronchites e constipações. Abaixo, segue um texto mais longo: As pessoas que se Resfriam e Constipam fácilmente (...). Os Asthmaticos e, finalmente, as creanças que são acommettidas de Coqueluche poderão ter a certeza de que seu único remédio é o Xarope São João. É a única garantia da sua saúde. O Xarope São João é o remédio scientifìco apresentado sob a forma de um saboroso licor. É o único que não ataca o estômago, nem os rins. Age como Tônico Calmante e faz expectorar sem tossir. Evita graves afecções do Peito e da Garganta.
Facilita a respiração, tornando-a mais ampla, limpa e fortalece os bronchios, evitando as inflamações e impedindo os Pulmões da invasão de Perigosos Micróbios. Ao publico recomendamos o Xarope São João.
Ao final da peça, seguia-se o alerta: MUITA ATENÇÃO: Somente os bons remédios são imitados; por isso pedimos com empenho ao Publico que não acceite imitações grosseiras e exija sempre o verdadeiro Xarope São João.
www.anvisa.gov.br/divulga/.../060409_1.htm
Alguns outros links interessantes sobre o assunto:
www.cit.sc.gov.br/propaganda/pdfs/.../propaganda_no_brasil.pdf
http://www.seculovinte.com.br/pt/pequena_historia/index.php
http://almanaque.info/
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